sexta-feira, 8 de abril de 2011

Filipe

Este Poste é tenso. Acho que a postagem “Brincadeira de Criança” me deixou

meio nostálgico e me fez lembrar uma série de coisas.

Acho que toda criança que se preze já teve uma figura desse tipo na vida. O Melhor amigo e o arquiinimigo compilado e resumido numa única pessoa. O PRIMO PENTELHO. Filipe era meu primo mais novo. Acho que um ano ou dois. Suficiente pra brincarmos juntos e juntos travarmos guerras dantescas.

Estudávamos a semana toda em escolas diferentes, não nos víamos durante algum tempo, mas todos os fim de semana, durante aquele domingo na casa na casa dos meus avós lá estava ele e seus brinquedos. Enquanto eu rezava todas as noites, comia tudinho que tinha no prato, tirava boas notas e fazia de tudo para ser um bom filho esperando naquele aniversário, dia das crianças ou qualquer festividade que envolvesse presentes ganhar um boneco dos Comandos em Ação ou Cavaleiro dos Zodíaco o gordinho tinha a zorra toda. Coleções completas de brinquedos que ele fazia questão de carregar pra onde fosse. Me sobrava juntar uma meia dúzia de S.O.S Comandos (uma versão mais barata dos comandos em ação) e chamá-lo para brincar na esperança de compartilharmos os brinquedos. No fim escutava sempre a infame frase:

“Minha mãe comprou pra mim e não pra você”

PUTA MERDAAAA!!! AI O PAU QUEBRAVA. Não havia um único fim de semana que a gente não brigasse e que a gente não acabasse de castigo. Eis que no momento surgia sempre um anjo em auxilio de nós dois. Alguém que sabia consolar como ninguém e que sabia exatamente o que a gente precisava. Minha Tia RITA. Tia de nós dois por sinal. Ela tinha o dom de fazer a gente parar de brigar e acabarmos nos entendendo durante alguns minutos. Me dava presentes escondidos de meu pai e tentava de uma maneira ou de outra estreitar as diferenças “brinquedonais” (kkkkkkkk) entre a gente.

Acho que o momento mais difícil foi quando o infame primo em questão mudou pra mesma escola que eu estudava. Não satisfeito em ser mais novo (coisa que apesar da idade ele nunca assumia) e me envergonhar diante da família, agora ele me envergonhava diante da escola. Meu ódio é que os poucos amigos (um ou dois) que eu tinha na escola achavam ele o Maximo.

Um belo dia Filipe foi embora, foi morar em outro estado. Fiquei triste pra caramba, não tinha mais com quem brincar nos fins de semana. Passamos anos sem nos ver. No fim sobrou a grande amizade. Vejo o gordinho, que nem é mais tão gordinho assim, como um irmão mais novo, na verdade um irmão do meio (visto que tenho uma irmã mais nova que ele). Nos vemos pouco, mas nos falamos com uma certa freqüência, mas é sempre como se tivéssemos nos encontrado ontem.

Bons tempos aqueles. Das brigas e brincadeiras sobrou somente à saudade que sinto daquela época, das pessoas que faziam parte da minha infância e hoje não estão mais presentes simples mente pelo fato de termos perdido o contato ou de terem nos deixado cedo demais.

É acho que já fui piegas de mais e queria só, no fim do post, fazer uma homenagem ao meu avô Gilberto, meu primo Junior (irmão de Filipe, na foto ao fundo), Minha tia Aida (mãe de Filipe) e minha tia Rita que já partiram deste mundo deixando saudades aos que ficaram. A eles eu dedico essas memórias.

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