segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Fechado para balanço

Vixe...chegou o fim do ano... e desculpe se eu não estou tão cortês como de costume mas é que eu não vejo a hora desta porra de ano acabar.
É... Imagino que já tenham notado que eu não gostei nada nada deste ano, né??
As coisas aconteceram de uma forma muito louca. Fui do céu ao inferno diversas vezes e minha vida deu uma reviravolta inesperada. Gente morreu, gente partiu, gente me odiou, gente me amou, gente tentou me matar, gente tentou me salvar, enfim... O fato é que quando estávamos no segundo mês do ano eu já queria que ele acabasse.
Mas embora o meu balanço de ano tenha sido desta forma, digna de um drama europeu, uma coisa eu não posso negar sobre 2010. Ele foi um ano imprevisível. Tanto na forma que começou, quanto na forma que vai terminar. É como se eu tivesse sido obrigado a amadurecer 23 anos em um. Tive que olhar pra coisas bem desagradáveis e perceber que a vida não é um livro que eu escrevo dia após dias... Não é um livro, nem sou eu que escrevo. Não controlo absolutamente nada. E foi justamente isso que 2010 me ensinou.
Por mais que eu tente prever, alterar, concertar, manipular, as coisas vão continuar acontecendo quer eu queira quer não. O mundo vai continuar girando, as pessoas continuarão mudando, gente indo embora, gente nova aparecendo. E por mais que eu goste das pessoas que estão ao meu redor elas vão continuar seguindo suas vidas, independente do meu desejo, e algumas vão embora e eu tenho que deixá-las ir mesmo que me parta o coração.
Esse ano, provavelmente passarei a virada sozinho. Não por opção, claro, ninguém opta por passar a chegada do ano novo só, mas no fim será bom, quero estar pronto. Chorar minhas perdas, agradecer minhas vitória e, no final, ter um encontro comigo mesmo. Deixar meu velho eu para trás e estar aberto não só para um ano novo, mas também para um eu novo.

Rsrsrrsrss... Passei uns 15 minutos olhando para este texto ou som de Bedshaped (música do Keane), pensando sobre o que acabei de escrever, acho que acabei sendo injusto com o pobre 2010. Acho que se ele fosse um velho, sentado numa cadeira ao meu lado e lendo o que escrevi, ele provavelmente me diria: “Porque você insiste em ver, desta forma, a ajuda que eu dei a você?”

Então deixa eu ter a chance de me despedir direito dele.

Adeus 2010. Vai em paz. Eu aprendi a lição. Lá na frente eu sei que você vai ser como aquele sermão chato ou aquela surra que a gente tomou quando era criança mas que vamos agradecer para o resto da vida. Vou estampar uma camiseta em sua homenagem dizendo “2010. Eu sobrevivi.”

sábado, 18 de dezembro de 2010

INSIGHT

A gente luta tanto, briga tanto pra ser diferente. Por fim nos tornamos esquisitos.

Tentamos tanto ser um espécime único e exclusivo, mas no fim sangramos como todo mundo, sofremos como todo mundo, sentimos dor como todo mundo, nos angustiamos como todo mundo, choramos como todo mundo, sorrimos como todo mundo, morremos como todo mundo.

No final, somos todos iguais. Do pó ao pó.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O que você quer?

Precisa-se querer saber muito sobre si para depois pensar em entender o outro. Precisa-se estar disposto a entrar num labirinto de desejos e feridas mal curadas, cortar a própria carne e ver do que ela é composta, beber o próprio sangue e ver que gosto tem, furar os próprios olhos e assim deixar de olhar para fora e passar a olhar para dentro.

A jornada em busca da própria alma é solitária e ao mesmo tempo cheia de gente. Gente que nos deu um nome, uma nacionalidade, uma língua pra falar, roupas pra vestir, que mataram nossa fome e saciaram nossa sede, gente que aprendemos a amar no meio do caminho, que passamos a odiar, que nos feriram, e nós ferimos... E diante de tudo isso, precisamos fazer as grandes perguntas. Quem eu sou? O que estou fazendo da minha história? E a mais difícil... O que eu quero? Sim... porque o que a gente não quer é muito fácil de saber. Basta notar nas escolhas que fazemos. Mas o que de fato queremos são outros quinhentos.

Vivemos perdidos em meio a milhares de centenas de desejos, eles nos regem e nos governam. Há quem diga que na verdade o que queremos mesmo é querer. Somos fascinados pela necessidade de desejar. Já dizia Nietzsche “Desejamos muito mais o desejo que o objeto a ser desejado” e isso é bem verdade. Basta observar que enquanto desejamos algo, buscamos incessantemente este algo, e quando por fim conseguimos, passamos a desejar automaticamente outra coisa.

Somos massa desejaste e ambulante sempre em busca do que nos falta pra preencher o vazio de existir. Como buracos negros sugando tudo e todos a nossa volta, e o mais importante: Desejamos somente o que nos falta.

Sobre o que eu quero já formulei minhas hipóteses... mas e você? Já começou a formular as suas?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Freud estava certo!

Achei esta fotografia incrível... não sei nem se tenho a permissão para posta-la aqui, mas de qualquer forma ta ai. Se ela reclamar eu tiro (rsrsrs)

Esta foto é incrível por retratar um contexto que podemos ver se repetindo todos os dias por séculos e séculos. Possivelmente um antepassado macaco esteve na mesma situação da rosa nesta imagem diante de uma macaca muito, mas muito mais inteligente que ele.

Não é segredo que as mulheres estão anos luz na nossa frente na corrida evolutiva. Afinal não é a toa que quando ainda muito criança elas já conseguem se comunicar usando a Linguagem falada enquanto nós homens ainda babamos na papinha.

A questão da imagem é que podemos ver claramente a figura masculina representada pela rosa, morta, acabada e tomando como citação uma frase da blogueira Lory V. tendo seus espinhos (objetos fálicos que remetem ao poder) “como um acúleo, fraco e sem resistência ao tentar ferir”. Por fim curva-se ante a onipotência feminina representada pela própria Lory. Ereta, firme e ostentando no rosto um olhar de completo desagrado.

Quando isso acontece perdemos algo essencial. A única coisa que verdadeiramente possuímos e as mulheres desejam tanto. E quando abrimos mão deste “algo” passamos a ser completamente desinteressantes.

E o que seria este algo ? o que temos de tão especial a ponto de nos tornarmos importantes para elas?

Isso é fácil. Nós temos o PODER. Logicamente isso é um delírio de auto referencia masculina, mas tem sido assim desde que a primeira bactéria se tornou um ser sexuado e este de posse de um instrumento fundamental para a proliferação da espécie passou a exercer o papel do macho alfa e proteger sua colônia e suas fêmeas.

Me dói muito saber que hoje, o homem da moda é um vampirinho com cara afeminada e cera no cabelo que se recusa a fazer sexo antes do casamento.


P.S: O Blog da Lory V. é http://www.tomatepulante.blogspot.com/

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Confusão Mental

Não se admire... eu escrevo pra ninguém. Assim falo comigo mesmo. As palavras que despejo aqui, são só parte de um plano pra fazer a minha cabeça ficar um tantinho menos confusa e assim eu conseguir dormir em paz.

As vezes minha cabeça fica tão cheia de pensamentos que parece que tem um furacão jogando tudo de um lado pro outro.

Escrevo pra que depois as minhas palavras possam fazer eco e voltarem pra mim. Sabe quando a gente fala pra gente mesmo de frente pro espelho? É mais ou menos assim. Quando você diz, acaba tomando consciência de algo que estava latente, muitas vezes inconscientemente. E quando você sabe disso, tem conhecimento de algo que antes era só uma confusão mental, acaba tendo que lidar com isso.

Eu escrevo pra que um dia eu possa dar sentido ao caos e exorcizar meus demônios.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sobre o Amor

Estava no meio de uma coisa muito importante na quinta-feira à noite enquanto via o seriado mais incrível já feito pela conhecida Rede Globo de televisão. “Afinal o que querem as mulheres ?” Acho que tenho dois dias na semana em que eu me encontro com meu analista. Um deles (logicamente em pensamento) é durante a exibição do seriado, entro num processo de auto reflexão durante os quarenta e cinco minutos de Psicanálise pura derramada por todo o epsódio. Escutei um Texto dito pelo personagem André Newmann (que incrivelmente se chama assim por conta da sua peregrinação de sofrimento até se tornar um novo homem, New Man.) e achei fantástico. Zapiando pela internet descobri um blog dedicado ao seriado onde encontrei o texto na integra e um comentário do autor. Queria dividir com vocês.

Eu sempre achei que o amor, que o grande amor fosse incondicional. Que quando houvesse um grande encontro entre duas pessoas tudo pudesse acontecer… Porque se aquele fosse o grande amor, ele sempre voltaria triunfal… Mas nem todo amor é incondicional… Acreditar na eternidade do amor é precipitar o seu fim. Porque você acha que esse amor aguenta tudo, então de um jeito ou de outro você acaba fazendo esse amor passar por tudo…. Um grande amor não é possível. E talvez por isso é que seja grande – para que nele caiba o impossível.

Comentário do próprio André:

“Eu sempre achei que o amor, que o grande amor, fosse incondicional. Que quando duas pessoas se encontram, quando este Encontro acontece, pode trair, brochar, azar, todas as porradas… Sendo o grande amor, ele voltará triunfal, sempre. Mas não, nenhum amor é incondicional. Então, acreditar na incondicionalidade é decididamente precipitar o fim do amor. Porque você acha que esse amor aguenta tudo, então de um jeito ou de outro você acaba fazendo esse amor passar por tudo… E um amor não aguenta tudo. Nada nessa vida é assim. Daí você fala que esse amor não tem fim, para que o fim então comece. Um grande amor não é possível – e talvez por isso é que seja grande. Assim, nele obrigatoriamente cabe, tem de caber também o impossível. Mas quem acredita? Quem acredita no impossível? Se não apaixonadamente? Como a um Deus, incondicionalmente?

Fabuloso!! Eu não faria melhor.

P.S: O Blog do André Newmann esta na minha lista de blogs e sites favoritos.

Tempestade de Idéias

Às vezes não sei o que pensar ou até mesmo relatar sobre certos eventos atuais em minha vida. O que me parece é que há cinco dias passados eu estava num looping temporal infinito onde eu vivia todo dia o mesmo dia, a mesma rotina. Acorda, estuda, come, trabalha, estuda, come, canta, dorme, Acorda, estuda, come, trabalha, estuda, come, canta, dorme. Aí, de repente tudo mudou.

Não canso de pensar na teoria do caos e a ordenação da aleatoriedade gerando eventos incrivelmente novos. Novos? Me parece agora que nem tanto. Mas qual o problema do velho? Essa pergunta é fácil de responder... O velho é velho, passou, foi superado, não serve mais, há 10 minutos atrás eu comia um Mc Cheddar, que não dá pra come-lo novamente, mesmo ele sendo muito saboroso, posso até comer outro igual, mas nunca o mesmo, este já foi, deve estar sendo digerido pelo meu estomago neste momento. Com absolutamente tudo se passa do mesmo jeito. O sensacional é pegar o que deu certo lá atrás e fazer remaker inserindo elementos novos numa dinâmica que era funcional e positiva.

Mas falava do meu looping temporal e de como passei muito tempo vivendo o mesmo dia, parado exatamente numa quarta-feira, 11 de fevereiro, engraçado pensar assim..., só me dei conta do dia da semana agora... O fato é que de repente era quinta-feira 09 de Dezembro. Que salto!!! O que aconteceu comigo durante todo esse tempo? Sei lá... nem me lembro... acho que vou escolher uma versão legal de quarta e assumir como a oficial e seguir a diante com a história. Minha história de dias diferentes, dias de incertezas, de desejos, de angustias, mas o que há de diferentes neste sentimentos que já existiam? Fácil. Há a esperança, uma esperança do tamanho do mundo. A velha amiga que ressuscitou dos mortos e voltou a me fazer companhia

- Oi esperanção... tudo tranqüilo?

- Tudo Kakau, quanto tempo em?

- Pois é, nem me fale!

Esperança: subistantivo que denota uma “possível” realização do que se deseja. ESPERANÇA. ESPERAR-ANÇA. ESPERAR.CANSA.

Assim ela é chata, dá sono.

Esperança só se ela estiver no aumentativo. ESPERANÇÃO. ESPER-ANÇÃO. ESPERA-AÇÃO.

Assim ela nos ensina a esperar o momento certo e agir.

“Benditos teu pai e tua mãe; benditos os que te amaram e os que te maltrataram; bendito o artista que adorou e te possuiu, e o bêbedo de rua que te assustou, e o mendigo que disse uma palavra obscena; bendita a amiga que te salvou e bendita a amiga que te traiu; e a corrente do mar que te ia arrastando; e o cão que uivava a noite inteira e não te deixou dormir; e o pássaro que amanheceu cantando em tua janela; e o desconhecido que passou em um ônibus e te acenou adeus; e teu medo e teu remorso a primeira vez que traíste alguém; e a volúpia com que o fizeste; e a firme determinação, e o cinismo tranqüilo, e o tédio; e a mulher anônima que te vociferou insultos pelo telefone; e a conquista de ti por ti mesma, para ti mesma; e os intrigantes do bairro que tentaram te envolver em suas teias escuras; e a porta que se abriu de repente sobre o mar; e a velhinha de preto que ao te ver passar disse: “moça linda…”; bendita a chuva que tombou de súbito em teu caminho, e bendito o momento certo e a hora certa, o mormaço que te fez inquieta e aborrecida, e a lua que te surpreendeu jogando o medo pra fora do carro. Bendito seja todo o teu passado, porque ele te fez como tu és e te trouxe até mim. Bendita sejas tu.”

(texto adaptado)

Um dia eu disse: “Pouco me importava se a Olivia Palito decidiu namorar o Brutos... Eu nunca gostei de espinafre mesmo.”

Há algo de muito estranho e complexo nisto tudo, e ao que parece o que esta em questão não é o que o Popeye sente pela Oliva, e sim o que tange a capacidade de reunir forças para lutar e resgatar a donzela. Mas no fim das contas não é isso o que importa, não é a FORÇA propriamente dita que entra em questão nisso tudo. Afinal, não é o mais forte que sobrevive, como acreditava-se no passado, é o mais adaptável, o mais apto. Talvez algum homem das cavernas queira discordar de mim, mas eu, como macaco sabido que sou, sou bem capaz de apostar meu cérebro contra o tacape de madeira dele.