segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Tempestade de Idéias

Às vezes não sei o que pensar ou até mesmo relatar sobre certos eventos atuais em minha vida. O que me parece é que há cinco dias passados eu estava num looping temporal infinito onde eu vivia todo dia o mesmo dia, a mesma rotina. Acorda, estuda, come, trabalha, estuda, come, canta, dorme, Acorda, estuda, come, trabalha, estuda, come, canta, dorme. Aí, de repente tudo mudou.

Não canso de pensar na teoria do caos e a ordenação da aleatoriedade gerando eventos incrivelmente novos. Novos? Me parece agora que nem tanto. Mas qual o problema do velho? Essa pergunta é fácil de responder... O velho é velho, passou, foi superado, não serve mais, há 10 minutos atrás eu comia um Mc Cheddar, que não dá pra come-lo novamente, mesmo ele sendo muito saboroso, posso até comer outro igual, mas nunca o mesmo, este já foi, deve estar sendo digerido pelo meu estomago neste momento. Com absolutamente tudo se passa do mesmo jeito. O sensacional é pegar o que deu certo lá atrás e fazer remaker inserindo elementos novos numa dinâmica que era funcional e positiva.

Mas falava do meu looping temporal e de como passei muito tempo vivendo o mesmo dia, parado exatamente numa quarta-feira, 11 de fevereiro, engraçado pensar assim..., só me dei conta do dia da semana agora... O fato é que de repente era quinta-feira 09 de Dezembro. Que salto!!! O que aconteceu comigo durante todo esse tempo? Sei lá... nem me lembro... acho que vou escolher uma versão legal de quarta e assumir como a oficial e seguir a diante com a história. Minha história de dias diferentes, dias de incertezas, de desejos, de angustias, mas o que há de diferentes neste sentimentos que já existiam? Fácil. Há a esperança, uma esperança do tamanho do mundo. A velha amiga que ressuscitou dos mortos e voltou a me fazer companhia

- Oi esperanção... tudo tranqüilo?

- Tudo Kakau, quanto tempo em?

- Pois é, nem me fale!

Esperança: subistantivo que denota uma “possível” realização do que se deseja. ESPERANÇA. ESPERAR-ANÇA. ESPERAR.CANSA.

Assim ela é chata, dá sono.

Esperança só se ela estiver no aumentativo. ESPERANÇÃO. ESPER-ANÇÃO. ESPERA-AÇÃO.

Assim ela nos ensina a esperar o momento certo e agir.

“Benditos teu pai e tua mãe; benditos os que te amaram e os que te maltrataram; bendito o artista que adorou e te possuiu, e o bêbedo de rua que te assustou, e o mendigo que disse uma palavra obscena; bendita a amiga que te salvou e bendita a amiga que te traiu; e a corrente do mar que te ia arrastando; e o cão que uivava a noite inteira e não te deixou dormir; e o pássaro que amanheceu cantando em tua janela; e o desconhecido que passou em um ônibus e te acenou adeus; e teu medo e teu remorso a primeira vez que traíste alguém; e a volúpia com que o fizeste; e a firme determinação, e o cinismo tranqüilo, e o tédio; e a mulher anônima que te vociferou insultos pelo telefone; e a conquista de ti por ti mesma, para ti mesma; e os intrigantes do bairro que tentaram te envolver em suas teias escuras; e a porta que se abriu de repente sobre o mar; e a velhinha de preto que ao te ver passar disse: “moça linda…”; bendita a chuva que tombou de súbito em teu caminho, e bendito o momento certo e a hora certa, o mormaço que te fez inquieta e aborrecida, e a lua que te surpreendeu jogando o medo pra fora do carro. Bendito seja todo o teu passado, porque ele te fez como tu és e te trouxe até mim. Bendita sejas tu.”

(texto adaptado)

Um dia eu disse: “Pouco me importava se a Olivia Palito decidiu namorar o Brutos... Eu nunca gostei de espinafre mesmo.”

Há algo de muito estranho e complexo nisto tudo, e ao que parece o que esta em questão não é o que o Popeye sente pela Oliva, e sim o que tange a capacidade de reunir forças para lutar e resgatar a donzela. Mas no fim das contas não é isso o que importa, não é a FORÇA propriamente dita que entra em questão nisso tudo. Afinal, não é o mais forte que sobrevive, como acreditava-se no passado, é o mais adaptável, o mais apto. Talvez algum homem das cavernas queira discordar de mim, mas eu, como macaco sabido que sou, sou bem capaz de apostar meu cérebro contra o tacape de madeira dele.

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