terça-feira, 19 de julho de 2011

Remando

Hoje faz mais um ano que remo por ai, completamente a deriva num oceano de vontades. Remo meu escaler sozinho, em direção a sonhos, mas basta atracar numa ilha de desejo para o meu querer não mais cobiçar estar lá. Então subo no meu barquinho e remo para outro lugar esperando que nesta nova ilha esteja o que procuro. Engano-me mais uma vez.

A Natureza do ser humano é desejar. Desejar, conquistar e então desejar outra coisa. Feliz do que deseja o abstrato. A felicidade por exemplo. E assim passar a vida toda buscando o inalcançável. Infeliz a sorte do colecionador. Guardando no chão, nas paredes, no teto, nas estantes, vestígios do desejo insatisfeito, objetos onde a vontade se materializou e diante da posse mudou de lugar, escapou, foi se esconder em outro objeto, num eterno jogo de esconde-esconde.

1... 2... 3... 4... 5... Já estou indo procurar!

“Amamos desejar mais do que amamos o objeto de nosso desejo” já dizia Friedrich Wilhelm Nietzsche. Há muita verdade nesta afirmativa.

Continuo assim. Não tenho a mínima intenção de parar. Afinal essa é a dinâmica da vida. Se formos pensar na imortalidade do espírito, não paramos de desejar nem depois de mortos. Tenho certeza que no próximo porto encontrarei alguma coisa do que quero, e no próximo, e no próximo...

Um comentário:

  1. Feliz Níver xuxu atrassado... e pense como seria chato se algum momento não tivessemos mais nada pra tentar alcançar...

    ResponderExcluir