terça-feira, 26 de julho de 2011

Por que ela?

Ei... Será que eu já te vi em algum lugar? Sei lá! É porque parece que eu te conheço há anos. Sei que parece loucura. A gente ta junto há tão pouco tempo, mas é como se eu conhecesse você a minha vida inteira. Como se eu não me lembrasse mais de mim sem você por perto. Estranho não é?

Quantas e quantas vezes passamos por isso? Essa sensação de dejavu diante de alguém por quem nos apaixonamos. A quem diga: “por que logo essa pessoa que não tem nada haver comigo?”. Será? Dê uma olhadinha pro passado e me diga: Com quem essa pessoa se parece? Ou melhor: Com quantas pessoas essa pessoa se parece? De quem é o olhar, o cuidado, o afago, o beijo? Ta se lembrando de muita coisa não é? (risos)

Todo encontro de amor é um reencontro. Já dizia Freud. Ao encontrar a famigerada “pessoa certa” nos reencontramos com figuras do passado, pai, mãe, amigos, primeiro, segundo, terceiro amor, todos aqueles que deixaram marcas na nossa vida. Nossos relacionamentos são decididos por nossa história, pelo que nos fez rir e até mesmo pelo que nos fez chorar. Buscamos sempre esses personagens da nossa vida, afinal foram eles que nos constituíram como existência. Através do olhar destes personagens nós construímos toda uma fantasia sobre o outro, sobre a pessoa ideal, o relacionamento ideal.

Lembro-me agora de um trechinho de uma música do Nando Reis (adoro citar música porque a música consegue despertar coisas que muitas vezes não sabíamos que estava lá, além de ser acessível a todos).

“ Pra você guardei o amor que aprendi vendo os meus pais, O amor que tive e recebi e hoje posso dar livre e feliz...”

Acho que posso resumir todo este post nesta citação. Amamos o que nos é sintomático.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Remando

Hoje faz mais um ano que remo por ai, completamente a deriva num oceano de vontades. Remo meu escaler sozinho, em direção a sonhos, mas basta atracar numa ilha de desejo para o meu querer não mais cobiçar estar lá. Então subo no meu barquinho e remo para outro lugar esperando que nesta nova ilha esteja o que procuro. Engano-me mais uma vez.

A Natureza do ser humano é desejar. Desejar, conquistar e então desejar outra coisa. Feliz do que deseja o abstrato. A felicidade por exemplo. E assim passar a vida toda buscando o inalcançável. Infeliz a sorte do colecionador. Guardando no chão, nas paredes, no teto, nas estantes, vestígios do desejo insatisfeito, objetos onde a vontade se materializou e diante da posse mudou de lugar, escapou, foi se esconder em outro objeto, num eterno jogo de esconde-esconde.

1... 2... 3... 4... 5... Já estou indo procurar!

“Amamos desejar mais do que amamos o objeto de nosso desejo” já dizia Friedrich Wilhelm Nietzsche. Há muita verdade nesta afirmativa.

Continuo assim. Não tenho a mínima intenção de parar. Afinal essa é a dinâmica da vida. Se formos pensar na imortalidade do espírito, não paramos de desejar nem depois de mortos. Tenho certeza que no próximo porto encontrarei alguma coisa do que quero, e no próximo, e no próximo...